UM ADEUS
 
Ângela Maria Crespo

 
Oh castos dias meus! deliciosos sonhos!
Divinas ilusões - desfolhar tristonhos,
Quimeras mortas por algoz serpente,
Afagos fugidios - padecer tangente.

Pobre coração - casto e flagelado,
Por açoites de um destino ingrato,
E deste pesadelo, teu legado,
Meu ser chora teu afago abstrato.

Deixe-me viver, só e sabiamente,
Não quero o falecer de minha alma,
Quero esquecer o passado dolente.

Não mais me embriagarei com este fel,
As vascas da agonia pedem a calma,
Que só obterei longe deste cartel
 
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