POBRE SAUDADE

Ângela Maria Crespo
 
Pobre saudade! A ilusão te sega,
Levando consigo tristes decepções;
Sinto em meu ser tua falsa entrega,
 Reminiscências de extintas emoções.

A relva onde pousávamos sonhos,
Enfeitada com invulgares flores,
Que velavam nossos rostos risonhos,
Encantadas com beijos sedutores.
 
Fitávamos os astros que vagueavam,
E, distraídos, nos olhavam extasiados,
Todos, fieis parceiros, nos aclamavam.

Tempos idos de fulgida divindade,
Que deixou sentimentos sufocados,
Traídos, e a alma farta de saudade.


 
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