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                                   D E S E S P E R O

                            

Senhor, por que me deixaram este vazio tão grande?

Esta dor expectante?... Esta necessidade de amar?

Qual o compromisso, Senhor, que meu espírito tem que cumprir?

Por que me destes esta cruz de impaciência

feita de desespero, em busca das profundidades do meu ser?

Por que esta sede de amar e esta fraqueza aqui dentro,

querendo arrebentar?

Por que esta angústia e necessidade de fusão?

Por que esta necessidade tão profunda e imensa?

Senhor, eu não sei rezar... só sei perguntar.

Só sei pedir, não sei dar.

Por que o ódio aparece aqui e se põe a gritar?

Por que, meu Deus? Por que, Pai, me destes uma alma tão pequena,

uma inteligência tão curta e me deixas na luta,

criando conflitos que não sei solucionar?

Senhor, ensina-me a rezar. Rezar sem pedir.... rezar sem chorar.

Senhor, eu quero rezar. Ensina-me. Ensina-me, também, a calar.

Ensina-me a esperar... e também a perdoar.

Ensina-me, Senhor, não a buscar o AMOR,

mas sim, ajuda-me a aprender a AMAR.

Ensina-me, Senhor, a caminhar tranqüila,

vencer em silêncio a dor que sinta,

a transformar em afetos os meus ressentimentos,

a transformar em alegria as minhas desventuras

e em esperanças os meus desesperos...

Senhor, não sei fingir. Ensina-me a fingir, pois a verdade

é muitas vezes uma lança venenosa que se lança com fé,

no coração dos amigos que nos querem tão bem.

Senhor, ensina-me a acreditar na vida,

ter horas de alegria,

ter horas de AMOR. Quero, Senhor, não só ter coragem,

mas distribuir esperança.

Quero, não só ser amada, mas oferecer AMOR.

Por que, Senhor, esta dor aqui dentro, me machucando tanto?

Por que não me calo?

Por que não transformo minha lágrima em riso,

meu soluço em canto?

Senhor, no lugar de tudo isto que lhe peço,

dá-me apenas, um pouco mais de

.. .. ... ... ... ... ...  ....  ... ... ... ...   .. FÉ ! ! !

 

                                                                                 ailec aniger

                                                                                              regina célia
 
 

(*) - Poesia premiada em 1º lugar, no concurso FREITAS BASTOS DE POESIAS (1985),

                concorrendo com 2.000 poetas amadores e profissionais.

 

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