O PERSEGUIDOR
 
És meu perseguidor, meu inimigo;
Estás no meu encalço, sempre atento,
Quando me julgo só, estou contigo;
Não me deixas em paz um só momento.
 
Reagir a tua força não consigo,
Embora de ti fuja, não me ausento,
Enfim, és meu verdugo, meu castigo,
Minha preocupação, meu sofrimento.
 
E, como tua escrava,  tua presa,
Sob o jugo da tua tirania,
Sou instrumento vivo, com certeza.
 
Como podes dominar meu destino?
- É isto que  imagino todo dia...
Dizer a minha imagem em desatino.
 
Ângela Maria Crespo
direitos autorais reservados

 

 
 
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