Ah! esse amor

Ângela Maria Crespo

Ah! esse amor que chegou até mim desnudo,
sem previsões, sem leis, sem consentimento,
veio sem hesitação, arrebatador e mudo,
como o devaneio encanta o pensamento.

Lentamente, esperando ser aceito, acolhido,
Como tatuagem, de talhe leve, penetrante,
Sem alardes, mas constante, concedido,
Como o ópio que invade a alma, titubeante.

Espalhando vida num cruciante desalento,
Aquecendo como a incandescência do sol,
Protegendo como a planta novo rebento.

Trouxeste renascer, anseios, novo arrebol,
Deixaste o Deus do amor e seu acalento,
Em meu coração fixaste tua luz, teu farol.


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