CORAÇÃO
OBSTINADO
Ângela
Maria Crespo
Deu-me
Deus um coração sensível
Pobrezinho! Diamante desprezado,
Perdido num sonho tão impossível,
Bailando num som frio, macerado.
Deu-me
Deus a razão incontrolável,
Tudo vê... Chora compulsivamente,
Porque este vácuo impraticável?
Suspiros clamam o calor ausente!
Tenho pena de ti...pena de mim...
Sem luz nesta esfera agonizante,
Perdidos nesta dança carmesim.
E,
não paras neste sonho errante,
Uma eterna esperança, mas ruim,
Faz de você um obstinado amante.